por Mateus Novais
A espera por atendimento nos prontos socorros de Vitória da Conquista está beirando o estado de caos. As filas de pacientes a espera por uma consulta médica tem cada vez aumentado mais e, sem espaço, as pessoas têm que aguardar deitada no chão.
A situação alarmante pode muito bem ser comprovada na porta da emergência do Hospital São Vicente, entidade conveniada ao Sistema Único de Saúde. Nessa segunda-feira (21), a repórter Mônica Cajaíba, do programa Resenha Geral da Rádio Clube (FM 95,9), esteve na unidade de saúde e ouviu os relatos de pacientes que seguiam de hospital em hospital a procura de atendimento.
Segundo a repórter, mais de 60 pessoas, incluindo idosos, esperavam atendimento. Muitos deles dentro do pronto socorro, deitados no chão. Entre eles, uma moradora do povoado de Água Verde, a 63 km do centro de Conquista, que preferiu não se identificar, chegou ao hospital com uma criança de dois meses no colo e reclamando de dores nos pés e nas mãos. “Fiz uma cirurgia e não estou aguentando ficar em pé. Muitas dores nas juntas, que eu não estou aguentando a amamentar criança”, disse a mãe ao sob o som do choro de seu filho.
Outra que também esperava era Luzinete, que se queixava de uma infecção urinária e muita febre. “Desde o sábado o início da noite, fui para o Hospital Unimec e disseram que o médico só iria chegar depois das 21h30. Depois avisaram que era pra gente aguardar até as 22 horas. Depois avisaram que não tinha maca e só ia atender se tivesse maca. Então todo mundo saiu e veio para o São Vicente”.
Dona Luzinete também contou a repórter Mônica Cajaíba que no São Vicente a situação não foi diferente. “Aqui já tinha um monte de gente, todo mundo doente, em pé, sem lugar para sentar, sem água para beber. A situação é essa todos os dias, de segunda a segunda. É no Unimec, no São Vicente e no Hospital de Base”.
“O problema não é nem os médicos, que eles têm boa vontade, estão aqui para ajudar. Mas eles vão fazer o quê? Vão pegar os pacientes e colocar na casa deles, sabendo que não tem nem maca para botar o povo? O problema é o Sistema único de Saúde”, completa uma moradora do bairro Santa Cruz, que passou por outros dois hospitais a procura de atendimento para o sogro idoso, antes de chegar ao São Vicente.