Publicado por Mateus Novais | Colocado em Saúde | Data: 09 dez 2015
Tags:gestante, Microcefalia, obstetra
por Mateus Novais
foto: Rafael Gusmão
Médico obstetra Clodoaldo Cadete diz que medo da microcefalia não pode impedir
as mulheres de terem filhos
O crescente avanço de casos da microcefalia causado pelo zika vírus tem criado um enorme pânico nas gestantes. Nas consultas de pré-natal o assunto virou o principal tema das conversas entre médico e mães. Devido a esse medo entre as gestantes e àquelas mulheres que planejam ter filhos, o BLOG DA RESENHA GERAL procurou o médico obstetra Clodoaldo Cadete, especialista em diagnósticos de doenças que possam afligir fetos, para falar sobre o assunto.
Segundo o médico, as mães que chegam ao seu consultório para fazer a ultrassonografia estão mais preocupas em saber o tamanho do cérebro da criança. “O sexo e o tamanho do bebê ficam para depois. E é compreensiva essa preocupação, porque estamos vivendo uma epidemia”, diz Dr. Cadete, que também faz uma ressalva: “Mas não é momento de pânico, é momento de preocupação e vigilância”.
Ele aponta que muito dificilmente o mosquito aedes aegypti, transmissor do zika vírus, dengue e chikungunya, será eliminado ou uma vacina segura será lançada em curto prazo. “O que nós podemos fazer agora é aumentar a vigilância e combater o mosquito no nosso bairro: eliminando potenciais criadouros do mosquito, onde acumule água, e às gestantes o conselho é utilizarem repelentes (mas não em excesso, porque irrita a pele) e roupas que diminua as áreas do corpo onde o aedes aegypti possa picar”, indica Dr. Cadete.
Quanto àquelas mulheres que querem ter um filho e está com medo, o médico garante que não é necessário adiar os planos. “Tem muita mulher preocupada, pensando em adiar a gravidez, o que eu não aconselho, porque são futuras mães que podem estar com idade próxima ou acima dos 30 anos e não podem esperar tanto tempo, já que não sabemos quando essa epidemia irá passar”, explica.
Para tranquilizar esse grupo de futuras mamães, o especialista aponta que, apesar da epidemia, nenhum caso foi registrado em Vitória da Conquista e que a probabilidade de transmissão para o feto é pequena. “Segundo os dados que eu tenho, a microcefalia causada pela zika vírus atinge apenas 0,8% das mulheres grávidas. Destas, as chances de que o vírus atinja o feto e provoque a microcefalia é ainda menor: 0,25%”, conclui o obstetra Clodoaldo Cadete.
Ouça a entrevista concedida pelo obstetra Clodoaldo Cadete à repórter Mônica Cajaíba: